quinta-feira, janeiro 26, 2006

VAMOS ANDAR POR AQUI

O professor Cavaco Silva ganhou, à primeira volta, as eleições presidenciais.
Por essa razão cumpre-me endereçar as respectivas felicitações quer ao próprio quer a todos os que com ele trabalharam nesta vitória.

O povo português votou democraticamente e o seu voto é soberano.

No discurso de vitória, Cavaco Silva afirmou ir trabalhar no sentido de vir a ser o Presidente de todos os Portugueses. Oxalá o consiga!
Para muitos Portugueses ele ainda não é visto como tal. E não sei até que ponto o conseguirá ser. Os apoios que tornaram esta vitória uma realidade, foram tão dispares e simultaneamente tão antagónicos que podem vir a tornar-se a razão para um comportamento não desejável aos olhos de uns ou de outros.
No que toca ao cumprimento dos poderes presidenciais tais como eles têm sido interpretados até aos dias de hoje, o professor terá muitos Portugueses atentos e vigilantes, a começar pelo autor destas crónicas semanais.

Vamos andar por aqui! Atentos e vigilantes. Não hesitaremos em denunciar qualquer desvio em relação ao respeito pela Costituição do país.
Exigiremos o cumprimento da promessa de estabilidade institucional, a cooperação e solidariedade com o governo legítimo da Nação.

Não basta afirmar querer ser o presidente de todos os Portugueses. Tem de o ser na prática. Não me custará nada, daqui a uns anos, reconhecer que afinal também foi o meu Presidente! Até lá, sinto-me com liberdade de afirmar que Cavaco Silva ainda não é o meu Presidente!

Sendo o primeiro Presidente da República, da área da direita eleito após o vinte e cinco de Abril, a sua responsabilidade aumenta e a sua magistratura estará seguramente debaixo de fogo durante os próximos cinco anos, se tentar ultrapassar os poderes presidenciais que a Constituição da República consagra.

O papel do Presidente é o de conseguir a unidade nacional, em prol de um ambiente de paz, motivador para os grandes desafios que o país tem que enfrentar. e eles são muitos, difíceis e estão aí.
Os desempenhos legislativo e executivo, esses cabem exclusivamente e respectivamente à Assembleia da República e ao Governo.
Qualquer acção ou tentativa para subverter esta realidade constitucional, poderá ter sérias consequências, para as quais o país não está em codições de avançar.

Agora é hora de arregaçar as mangas e continuar o trabalho iniciado pelo actual Governo. Com estabilidade e empenho.
A avaliação do trabalho governativo será feito pelos portugueses daqui a pouco mais de três anos.
Crónica a publicar no jornal regional "Povo da Beira" no dia 31 de Janeiro de 2006

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