domingo, agosto 26, 2007

SÃO ROSAS, SENHOR!

" Se uma rosa é sempre uma rosa, uma queca pode ser sempre mais qualquer coisa"
Margarida Rebelo Pinto, in Sábado

DESTAQUE DA SEMANA


" Sócrates é um bombeiro. Foi chamado numa altura em que a casa estava a arder" - Vasco Pulido Valente, analista político, Público

EDUARDO PRADO COELHO - A MORTE AOS 63 ANOS

Foi hoje a enterrar um dos maiores vultos da cultura portuguesa das últimas décadas. Eduardo Prado Coelho morreu, ontem aos 63 anos, após uma vida rica em escritos sob a forma de crónicas do dia-a-dia. Mas a sua obra literária vai muito para além das crónicas, que afinal era a parte mais visível do escritor, pelo menos aos olhos da generalidade dos portugueses. Ensaísta, escritor, professor crítico literário, homem da Cultura, interveniente político, Prado Coelho era um homem de esquerda que não hesitava, sempre, em dar a sua opinião sobre a vida e o mundo em que vivemos.
Nunca evitava uma polémica, ou como ele dizia " A polémica é demasiado fácil. Prefiro a dimensão irónica, distanciada, embora o leitor português ñão seja sensível à ironia. Oscilo entre a indignação, que considero útil, se usada com moderação, e o debate de ideias".
Esta sua postura valeu-lhe amores e ódios. Não resistiu a um transplante hepático realizado em Fevereiro deste ano.
" A questão da morte começa por ser a dos outros, para depois passar a ser a da nossa própria morte", assim falava Prado Coelho da morte.
Foi também dele a frase " O pior de tudo é que nunca chegarão a ser aquilo que nós queríamos que elas fossem".
A sua personalidade política, influência cívica, política e cultural foram sem dúvida os aspectos que mais sobressaíram na existência de Eduardo Prado Coelho.
Que perdure na memória dos portugueses a sua obra, o seu exemplo de participação cívica!

sexta-feira, agosto 17, 2007

PODER E ARROGÂNCIA

Será que o exercício do poder tolda as mentes dos políticos e subverte aquilo que deveria ser uma prática democrática e tolerante em atitudes de arrogância e prepotência?
Muito se tem acusado este Governo de arrogante, prepotente e autor de atitudes menos correctas na sua prática governativa. É óbvio que nem tudo tem sido exemplo das melhores práticas democráticas. Aqui e ali têm acontecido episódios que beliscam uma imagem de rigor e tolerância. Não importa agora e neste local tentar encontrar "culpados" ou mesmo bodes expiatórios. O que importa, como tão bem disse Mário Soares na entrevista ao Diário Económico, o que importa é evitar os episódios desagradáveis e corrigi-los. A autocrítica nunca fez mal a ninguém e nenhum mal virá ao mundo se o Governo, os seus membros e todos os que a ele estão ligados moderarem a arrogância nas respostas.

DESTAQUE DA SEMANA

"Quanto ao autoritarismo, houve episódios desagradáveis, que foram muito empolados, mas que devem ser evitados e corrigidos. É, talvez, preciso (no Governo ) maior sentido de autocrítica e menos arrogância nas respostas"- Mário Soares, ex-Presidente da Répública, Diário Económico

segunda-feira, agosto 13, 2007

DESTAQUE DA SEMANA


"Vamos crescer mais do que a Europa em 2009"- Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças, Diário Económico

TIMOR-LESTE: QUE FUTURO?


Com a indigitação de Xanana Gusmão para Primeiro Ministro de Timor Leste, na sequência das eleições legislativas, o clima de insegurança e alguns actos de violência voltaram a ser "normais" no território timorense.
É certo que o partido vencedor, a Fretilin, não foi convidado a formar Governo, mas também é uma verdade que o somatório dos restantes partidos que se prontificaram ou negociaram apoiar um Governo liderado pelo histórico Xanana, representam a maioria dos votos expressos nas urnas e portanto esta é face a actual situação política do país a menos má das soluções possíveis. Importa agora fazer prevalecer o espírito democrátici, esquecer rivalidades étnicas ou tribais e juntar vontades em torno de um Governo que tem de ser de todos os Timorenses. Se assim não fôr o futuro de Timor-Leste apresenta-se sombrio e as conquistas conseguidas nomeadamente o reconhecimento internacional da sua indepêndencia e os apoios para a consolidação da jovem democracia podem cair por terra e a luta de tantos e tantos anos poderá ter sido um esforço e sacrifício inúteis.
Lembrar aqueles que tombaram em luta pela liberdade! Apoiar aqueles que sofreram nas montanhas durante a luta de guerrilha! Juntar esforços com aqueles que, quer no estrangeiro quer nos cárceres indonésios lutaram em nome de todo um Povo! Estas são atitudes indispensáveis para que os timorenses possam vir a usufruir de um país livre, democrático, tolerante, seguro mas também capaz de dar aos seus habitantes uma vida com futuro onde se vislumbre num horizonte mais ou menos próximo, casas condignas, educação, trabalho, enfim condições de vida condignas. Há condições para que isso venha a acontecer.
Resta saber se os timorenses saberão esperar e encontrar os caminhos para que isso venha acontecer! Para isso vão precisar de ser mais tolerantes e não alimentar posições radicais daqueles que veêm na violência o caminho mais rápido para o abismo.

sábado, agosto 04, 2007

DESTAQUE DA SEMANA



"O PSD fez-me cair numa esparrela" -

Helena Lopes da Costa, deputada do PSD, sobre as quotas que terá pago a alguns militantes, Diário de Notícias.




"Rui Rio seria um excelente líder do PSD" -
António Capucho, presidente da Câmara de Cascais, Focus

sexta-feira, agosto 03, 2007

HOLDEN ROBERTO


Morreu Holden Roberto, líder histórico da Frente Nacional de Libertação de Angola - FNLA e da União dos Povos de Angola - UPA. Contava 84 anos e sobreviveu a Agostinho Neto e a Jonas Savimbi.
Protegido do Estados Unidos da América, era considerado como um dos pais do nacionalismo angolano por uns, e um líder tacanho por outros.
O movimento por ele criado e dirigido, a UPA, é considerado o autor de numerosos ataques racistas e tribalistas. Há quem recorde vivamente Março de 1961, quando a UPA massacrou no Norte de Angola, todos aqueles que não eram bacongos, os brancos e os contratados que trabalhavam nas roças de café. oriundos de outras zonas de Angola. Rezam as crónicas que até crianças foram cortadas à catanada. Nunca estive em Angola e desconheço até que ponto estes relatos são totalmente verdadeiros ou se, por outro lado, não passaram de pura ficção. Os historiadores, mais cedo ou mais tarde, se encarregarão de trazer ao de cima a verdade.
O que é já um dado histórico é que Holden Roberto esteve nos acordos de Alvor, juntamente com Neto e Savimbi e que levaram à Independência de Angola.
Holden Roberto estava a escrever um livro de memórias, desconhecendo-se se o terá terminado e que talvez venha trazer alguma luz sobre a verdade histórica das lutas independentistas e sobre o processo interno da independência angolana.