segunda-feira, julho 30, 2007

DEMOCRACIA INTERNA NO PS



Na última semana falou-se muito em Democracia interna no seio do Partido Socialista, a propósito do artigo de opinião de Manuel Alegre no jornal "Público".

Sempre tive uma grande admiração pela obra poética e literária do meu camarada Manuel Alegre para além de um grande respeito pelo seu passado de lutador anti fascista.

Já o mesmo não posso afirmar acerca das últimas posições por ele tomadas a nível político-partidário, nomeadamente a sua candidatura às eleições presidenciais e agora esta tomada de posição pública num artigo de opinião. A liberdade de expressão está aí! Cada um é livre de se expressar da forma e no conteúdo que considera mais relevante para a verdade e para a afirmação das suas convicções. No entanto essa liberdade implica também a capacidade de saber ser criticado. A verdade não tem dono. A verdade de uns pode não ser a verdade de outros. É na conjugação de verdades diferentes que poderemos encontrar aquilo que estará mais perto realmente da verdade.

Para além do mais, Manuel Alegre há muito que se demitiu dos seus direitos e simultaneamente deveres de travar uma discussão democrática no seio dos órgãos próprios do Partido nomeadamente no grupo parlamentar do PS. Esta demissão retira-lhe autoridade moral para de quando em vez vir a público abanar o espectro da falta de democracia interna do PS ou mesmo algum défice democrático na sociedade portuguesa.

Só não fala quem não quer. Felizmente que essa dificuldade ou mesmo impossibilidade de exprimir as nossas ideias políticas ou outras há muito que deixaram de existir. Foi esta aliás, a grande vitória se Abril. Hoje contrariamente a ontem as novas tecnologias abrem novos caminhos para a liberdade de expressão, restringindo as hipóteses de amordaçar a liberdade de expressão, seja ela na sociedade portuguesa seja no seio do Partido Socialista, que tem sabido ao longo da História dos últimos trinta e três anos valorizado e defendido essa mesma liberdade.




quinta-feira, julho 26, 2007

DESTAQUES DA SEMANA



"Doravante os filhos dos farmacêuticos já não têm de se licenciar em Farmácia nem de casar com farmacêuticos/as para poderem herdar a farmácia familiar"- Vital Moreira, professor catedrático, sobre a nova lei que liberaliza o setor das farmácias, Diário Económico.

" Ficava-lhe bem não se recandidatar " - Mira Amaral, ex-ministro da Indústria, sobre Marques Mendes, Correio da Manhã.

"É natural que o Governo abrande as reformas. Em período pré-eleitoral, ninguém se suicida" - Vítor Bento, economista e presidente da SIBS, Jornal de Negócios.

quarta-feira, julho 25, 2007

LISBOA DESPOVOADA

Caríssima JP realmente não poderia estar mais de acordo com o seu comentário sobre o despovoamento de Lisboa. Para capital do país a situação começa a tornar-se deveras preocupante. Milhões de dia, deserta à noite. Inverter esta situação começa a ser urgente mas simultaneamente difícil! Quem sabe o António Costa, recem eleito Presidente do Município consiga ter arte e engenho, e já agora imaginação, para começar a resolver também este problema.

BEIRAVERGONHA















E por falar em contribuir para o desenvolvimento do Interior e ter ou não ter capacidade imaginativa para cativar a vinda de mais gente para estas terras um exemplo de como não se devem fazer ou organizar eventos que supostamente serviriam para atrair pessoas até nós:


Beiravergonha
Acompanho, com interesse, todas as manifestações de carácter político, económico e cultural que se têm vindo a dsenvolver ao longo destes últimos anos na nossa cidade e na região da Beira Interior.
Sou um espectador atento na maior parte das vezes, um agente interveniente noutras e tenho evitado tornar públicas algumas críticas, mesmo quando penso que são construtivas, porque considero que muitas vezes confunde-se o que pretende ser positivo e construtivo com o que é manifestamente destrutivo.
Contudo desta vez não posso ficar calado já que o certame que motiva esta crónica merece uma opinião frontal, crítica e despojada de bairrismo, e nisso podem crer que me sinto perfeitamente à vontade, encarando esta opinião como um contributo para melhorar o actual estado de coisas.
Estou a falar de concreto da última exposição organizada pela Associação Empresarial Região de Castelo Branco vulgo Nercab, que se realizou entre 31 de Maio e 3 de Junho, e que reunia três certames num só, a saber, Beiratur, Beiralimentar e Expo Ambiente.
Visitei-a no sábado 2 de Junho. Qual desilusão, meus senhores!
Aquilo não eram três certames, pois nem um chegava a ser!
Todos sabemos que o clima económico não é dos mais favoráveis para este tipo de eventos, mas atenção aquilo que me foi dado ver foi algo de surrealista. Fazer uma feira daquelas é um atentado ao sector económico da Beira Interior, uma falta de respeito pelas Instituições e Empresas que nela se encontravam representadas e que pagaram o espaço ocupado, e de que maneira, para já não falar do autêntico despudor para com os poucos visitantes que ainda se dignaram por lá passar, e da pouca promoção que foi feita à peça que estava programada para essa noite, que acabou por não ser levada à cena, pelo Teatro Vaatão, pela inexistência de espectadores!
Aquilo que me foi dado ver não é nada! Ou melhor é uma vergonha!
Quando as condições são adversas há que encontrar, usar da imaginação, investir e face ao número tão pequeno e tão pouco representativo das actividades propostas para este certame havia que ter pura e simplesmente anulado atempadamente este evento.
Poderão dizer, certamente só quem não esteve lá, que estou a exagerar na análise e opinião subjacente. Talvez, se continuarmos a pensar pequenino!
Aquilo foi uma beiravergonha! Beiralimentar com um restaurante, por acaso de fora da região, e um ou dois stands de cariz alimentar! Beiratur com um ou dois stands em conformidade com o tema! Expo Ambiente com o mesmo sintoma de má representatividade! E três espaços de outras tantas Câmaras Municipais, a de Castelo Branco, a de Idanha-a-Nova e a de Oleiros. Meia dúzia de carros antigos e era tudo! Ou quase tudo!
Com algumas Empresas importantes na região directamente ligadas aos temas propostos é estranho que nem uma se tivesse disponibilizado para lá estar. Porque será?
Onde estava uma Danone? Onde estava a Beira Vicente, numa fase de alteração de imagem? Onde estava A Albifrutas? Onde estava uma Padaria do Montalvão? E onde estavam tantas outras que são bem representativas do sector alimentar? E porque não estava lá a ASAE numa altura em que tanto se fala nela e quando as exigências legais a isso quase obrigavam?
São perguntas que ficam no ar!
Algumas respostas terei no meu íntimo, mas deixo aqui apenas e por agora uma sugestão: trabalhem-se estes certames com profissionalismo, imaginação e menos espírito corporativo e lucrativo!
Ofereça-se o espaço a empresas âncora, pratiquem-se preços apelativos para a época difícil que as empresas atravessam e devolva-se uma certa dignidade a este tipo de eventos. Para bem do meio empresarial, da cidade, da região e da imagem do próprio Nercab!
Crónica publicada em Junho no jornal "Povo da Beira"

terça-feira, julho 24, 2007

REINVENTAR O INTERIOR


Quando em finais de 1993 tomei, conjuntamente com a minha mulher, a decisão de abandonar Lisboa e vir assentar arraiais nesta cidade de Castelo Branco, fi-lo por duas razões essenciais: a primeira para poder oferecer, á nossa filha Joana, uma oportunidde de crescer num ambiente muito mais saudável e seguro e em segundo lugar porque ainda acreditava que era fácil inverter a tendência de desertificação que já se sentia por estas bandas. Estava longe de imaginar que essa desertificação viesse a ser tão acentuada e fundamentalmente que progredisse tão rapidamente.

E é assim que nos encontramos em Abril de 2007, com elevados níveis de abandono das nossas aldeias, com cada vez menos habitantes por metro quadrado, que implica, nesta batalha do Governo de racionalizar os meios e torná-los mais eficazes, o fecho de escolas, a concentração das estruturas públicas regionais, a optimização das urgências com encerramento de umas e criação de outras, o fecho de alguns tribunais e inevitavelmente, num futuro mais ou menos próximo, a extinção de freguesias e concelhos.

Quer isto dizer que o Estado abndona de vez o Interior? Ou que não há futuro para o Interior, seja aqui na Beira, no Alentejo ou no Planalto Transmontano?

Penso que não. Nem uma coisa nem outra!
O que acho verdadeiramente é que os beirões, alentejanos e os trasmontanos não podem ficar quedos e mudos à espera que o Estado lhes aponte caminhos porque isso não irá certamente acontecer. E não vai acontecer porque ninguém tem uma solução milagrosa para inverter o actual estado de coisas e estas coisas não se fazem por decretos.
É pois necessário que sejam as gentes do Interior a pensar as suas próprias regiões, cidades, vilas e aldeias. Pensar como reiventar o Interior. Em conjunto! Em rede como agora se diz! Fazendo experiências! Inovando! Criando emprego! Motivando as pessoas a virem e a ficar!
É um trabalho árduo e difícil. Tão difícil quanto difícil é fazer algo que desconhecemos. Mas é essa característica do desconhecimento que torna a tarefa ao mesmo tempo tão aliciante.
Esta tarefa não pode ser só do sector político das sociedades regionais. Tem obrigatoriamente de contar com o empenhamento do maior número de pessoas. Empresários, professores, políticos, juventude, intelectuais, trabalhadores, donas de casa e todos aqueles que sintam que vale a pena viver aqui, criar raízes neste Interior tão abandonado, mas ao mesmo tempo tão sedutor.
O meu contributo comecei a dá-lo há treze anos atrás, quando decidi vir com armas e bagagens de Lisboa para cá. Por aqui tenho andado, participando nos desafios que a vida me tem colocado á frente, com a certeza que contabilizando os prós e os contra, o saldo é seguramente positivo.
Falta agora o trabalho de, pensar para reiventar o Interior, assegurando-lhe um futuro pródigo em acontecimentos de desenvolvimentos felizes!
Esta minha crónica pretende ser o ponto de partida para essa reflexão necessária, importante, mas que tem ao mesmo tempo que ser imaginativa.

Vamos a isto!

Fiquem bem e tenham vontade de viver no Interior!
Crónica publicada em Abril 2007 no jornal "Povo da Beira" de Castelo Branco


segunda-feira, julho 23, 2007

Estou de volta!


Amigos cibernautas,

Depois de um período de paragem, eis que estou de volta! Com uma nova imagem deste blog, mas com uma enorme vontade de vos fazer companhia tão frequentemente quanto possível.

Espero que aquilo que fôr escrevendo seja alvo de comentários por forma a tornar este espaço o mais participativo possível.
E para começar lanço aqui um tema para debate:
INTERIOR - Como ultrapassar o fenómeno do despovoamento e desertificação?
Agora mãos à obra e vamos lá enviar comentários e opiniões sobre esta temática. Não fiques à espera dos outros. Participa!