quinta-feira, janeiro 26, 2006

DESTAQUE DA SEMANA


"Não tenho a certeza de que Portugal exista dentro de 50 anos. Vivemos um lento processo de decadência, com alguns focos de entusiasmo, como a República ou a Revolução dos Cravos.
A nossa mentalidade é de uma tristeza apagada, que pode não ser suficiente para nos mantermos. Pode ser que existam os portugueses como comunidade que fala esta língua, mas o Estado português pode desaparecer" - José Saramago, escritor, prémio Nobel da Literatura, La Vanguardia

FRASES DA SEMANA

"A investigação criminal em Portugal resume-se às escutas" - Barra da Costa, ex-inspector da Polícia Judiciária, O Crime

"Os políticos, em Portugal, só chegam às conclusões certas dez anos depois das pessoas competentes" - Medina Carreira, fiscalista, 24horas

"Não é possível que, na Europa, haja um país em que o próprio Presidente da República é escutado ou vigiado" - Manuela Ferreira Leite, economista, ex-ministra das Finanças,sobre o caso das escutas do envelope 9 no processo Casa Pia, Público

"Os portugueses não são solidários; e quando são é por interesse" - Agostinho Moreira, padre, presidente da Rede Europa Anti-Pobreza, Notícias Magazine

VAMOS ANDAR POR AQUI

O professor Cavaco Silva ganhou, à primeira volta, as eleições presidenciais.
Por essa razão cumpre-me endereçar as respectivas felicitações quer ao próprio quer a todos os que com ele trabalharam nesta vitória.

O povo português votou democraticamente e o seu voto é soberano.

No discurso de vitória, Cavaco Silva afirmou ir trabalhar no sentido de vir a ser o Presidente de todos os Portugueses. Oxalá o consiga!
Para muitos Portugueses ele ainda não é visto como tal. E não sei até que ponto o conseguirá ser. Os apoios que tornaram esta vitória uma realidade, foram tão dispares e simultaneamente tão antagónicos que podem vir a tornar-se a razão para um comportamento não desejável aos olhos de uns ou de outros.
No que toca ao cumprimento dos poderes presidenciais tais como eles têm sido interpretados até aos dias de hoje, o professor terá muitos Portugueses atentos e vigilantes, a começar pelo autor destas crónicas semanais.

Vamos andar por aqui! Atentos e vigilantes. Não hesitaremos em denunciar qualquer desvio em relação ao respeito pela Costituição do país.
Exigiremos o cumprimento da promessa de estabilidade institucional, a cooperação e solidariedade com o governo legítimo da Nação.

Não basta afirmar querer ser o presidente de todos os Portugueses. Tem de o ser na prática. Não me custará nada, daqui a uns anos, reconhecer que afinal também foi o meu Presidente! Até lá, sinto-me com liberdade de afirmar que Cavaco Silva ainda não é o meu Presidente!

Sendo o primeiro Presidente da República, da área da direita eleito após o vinte e cinco de Abril, a sua responsabilidade aumenta e a sua magistratura estará seguramente debaixo de fogo durante os próximos cinco anos, se tentar ultrapassar os poderes presidenciais que a Constituição da República consagra.

O papel do Presidente é o de conseguir a unidade nacional, em prol de um ambiente de paz, motivador para os grandes desafios que o país tem que enfrentar. e eles são muitos, difíceis e estão aí.
Os desempenhos legislativo e executivo, esses cabem exclusivamente e respectivamente à Assembleia da República e ao Governo.
Qualquer acção ou tentativa para subverter esta realidade constitucional, poderá ter sérias consequências, para as quais o país não está em codições de avançar.

Agora é hora de arregaçar as mangas e continuar o trabalho iniciado pelo actual Governo. Com estabilidade e empenho.
A avaliação do trabalho governativo será feito pelos portugueses daqui a pouco mais de três anos.
Crónica a publicar no jornal regional "Povo da Beira" no dia 31 de Janeiro de 2006

sexta-feira, janeiro 20, 2006

VOTAR, VOTAR, VOTAR

segunda-feira, janeiro 16, 2006

VOTAR, VOTAR, VOTAR


NO PRÓXIMO DIA 22 DE JANEIRO NÃO DEIXE DE EXERCER O SEU DIREITO E SIMULTANEAMENTE O SEU DEVER:

VOTAR PARA A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

domingo, janeiro 15, 2006

OPTAR POR CINCO OU DEZ ANOS


Falta menos de uma semana para os Portugueses exercerem, mais uma vez, um direito inalianável em democracia: votar!
Desta vez vamos escolher um Presidente da República que renderá em Belém Jorge Sampaio.
As opções que se encontram em cima da mesa são tão diversas, mas só duas são realmente alternativas num duelo que aparentemente está desequilibrado, mas só no próximo domingo os portugueses decidirão e consequentemente se verá se afinal as sondagens que apontam numa direcção estão correctas ou não.
A opção que os Portugueses terão afinal que fazer é, entre Mário Soares e Cavaco Silva.

Votar Soares é, votar num político competente, sabedor e experiente.
Votar Soares é, votar na estabilidade institucional, é votar na experiência de poder, é votar na capacidade para unir e concertar, para projectar valores, para mobilizar e para gerar confiança.
Votar Soares é, renovar a confiança em alguém que já demonstrou no passado recente que o cargo de Presidente deve ser exercido a partir de uma postura clara e frontal.
Votar Soares é, garantir em Belém alguém que nunca virou a cara às dificuldades e esteve sempre presente nos momentos difíceis.
Votar Soares é, garantir alguém que tem todas as condições indispensáveis para ajudar a devolver a confiança aos Portugueses e ajudar a reforçar a confiança em Portugal.
Votar Soares é, reconhecer o notável testemunho que ele está a dar nesta campanha em prol da vida e da forma como ela deve ser encarada numa clara demonstração de vitalidade e cidadania.

Votar no candidato da direita é, votar em alguém frequentemente ambíguo e dissimulado. É votar nos silêncios e tabus. É votar em alguém cujo pensamento quase ninguém conhece. É votar em alguém que não tem opinião sobre muitos dos problemas que afligem o nosso Povo e o nosso Portugal.
Votar no candidato da direita é dar um voto em branco em alguém que promete tudo resolver, sem para isso ter poderes, esquecendo ou ignorando os verdadeiros poderes de um Presidente da República.
Votar no candidato da direita é, votar em alguém que no passado foi suficientemente arrogante para não ler jornais, ter sempre razão e ver nos outros órgãos de soberania autênticas forças de bloqueio.
Meus caros leitores, independentemente das vossas opções partidárias o que no próximo dia 22 de janeiro está verdadeiramente em jogo é sabermos o que queremos.

É escolher entre cinco anos de um Soares moderador, congregador, árbitro, regulador político, provedor e uma referência permanente para os cidadãos, a Nação e o Estado, ou dez anos de um Cavaco ambíguo, com um passado político intermitente, que só sabe existir sozinho, qual homem providencial que tudo promete.

Faça a sua escolha, qualquer que ela seja, mas não deixe de participar neste acto cívico. Vá votar!
Crónica publicada no jornal regional "Povo da Beira" no dia 17 de Janeiro de 2006

DESTAQUE DA SEMANA



"Enquanto em Portugal se fala,
em Espanha faz-se"
Luísa Bessa, jornalista, Jornal de Negócios

FRASES DA SEMANA



"Vivemos em Portugal um clima pidesco em que a justiça faz o linchamento de cidadãos incómodos.
O Ministério Público é um Estado dentro do Estado" - Garcia Pereira, candidato a Belém, Jornal de Notícias




"Enganei-me sobre José Sócrates e menosprezei algumas grandes qualidades que tem. José Sócrates é o anti-Guterres" - Mário Soares, candidato à Presidência da República, Diário de Notícias

"Não falava, agora já canta - e vejam lá, a Grândola, Vila Morena" - Jerónimo de Sousa, candidato à Presidência da República, Antena 1



"Ainda o veremos a cantar A Internacional no Barreiro" - Vital Moreira, sobre Cavaco Silva , blogue Causa Nossa

"O problema não é sermos a cauda da Europa - é falirmos.É sermos a Argentina da Europa" - João Pereira Coutinho, empresário, Expresso

"Cavaco Silva é um candidato natural a Belém. Mas se se candidata com o objectivo de resolver a crise, devia ter-se candidatado a primeiro-ministro" - João Salgueiro, presidente da Associação de Bancos, SIC

segunda-feira, janeiro 09, 2006

A QUALIDADE DA DEMOCRACIA - PARTE II

Quando abordei, numa anterior crónica, o tema da qualidade da democracia, estava longe de imaginar voltar a escrever sobre esta mesma temática tão rapidamente. No entanto houve nestas últimas semanas, pelo menos, dois acontecimentos que me obrigam a reflectir novamente sobre pequenas grandes coisas que fazem com que a valiação da qualidade da nossa democracia seja feita de uma foerma a considerá-la deficitária.
Estou a referir-me, em primeiro lugar, às conclusões da comissão de inquérito nomeada pelo Governo para investigar o caso do bebé de Viseu maltratada e abusada sexualmente e cujos únicos suspeitos, até ao momento, são os próprios pais. Efectivamente este inquérito aponta, como conclusões válidas, o facto de a Comissão de protecção de Crianças e Jovens de Viseu ter infringido a lei que rege a sua própria actuação por oito vezes! Oito vezes!
Desde a não valorizaçõ dos indícios muito importantes transmitidos pelo hospital de S. Teutónio, passando pela omissão da auscultação de pais e avós em separado, não fez um estudo aprofundado da família, para além de muitas outras decisões negigenciadas ou omissas que permitiram o desfecho trágico a que assistimos. Evidentemente que este tipo de práticas, sejam de quem forem as culpas, é potenciadora de uma má qualidade da democracia e tem origens políticas. Na raelidade, em primeiro lugar, é aos sucessivos governos que se devem pedir responsabilidades na medida em que foram eles que ao não assumirem políticas estruturantes em matéria de protecção de menores permitiram que acontecimentos e tragédias desta natureza possam continuar a acontecer. Que a culpa não morra solteira e que se faça deste caso um exemplo para aquilo que deve ser a protecção das nossas crianças, elas que são seguramente o futuro de Portugal.
O segundo facto que quero aqui condenar, enquanto observador atento e cidadão de pleno direito, é a notícia da investigação iniciada pela Polícia Judiciária, após um artigo publicado pelo jornal "Tal & Qual" e no qual este órgão de Comunicação Social denunciava a venda de droga pela Internet. Nesse artigo explicava-se de uma forma clara que esse negócio era fácil e ilegal, prestando assim um serviço público, nomeadamente aos pais.
O artigo teve uma enorme repercussão nacional ao ponto de no mesmo dia a PJ ter visitado as instalações do jornal e informado os respectivos responsáveis para o facto de provavelmente terem de responder em tribunal como traficantes de droga.
Este desempenho da PJ, se estivéssemos no carnaval, poderia parecer muito imaginativo, como brincadeira. Nesta altura, leva-me a pensar se a PJ não terá mais nada para fazer do que importunar aqueles que têm do serviço público a imagem de algo que se deve acarinhar, desenvolver e uma forma de contribuir para uma mais e melhor cidadania, e que comportamentos como os da PJ são sintomas que há muito a fazerpara interiorizar o espírito democrático e saber separar o trigo do joio.
É pois com a melhoria destas pequenas práticas que se aperfeiçoa a nossa vivência democrática conferindo uma maior e melhor qualidade à nossa democracia
Artigo publicado no jornal regional "Povo da Beira" no dia 10 de Janeiro de 2006

domingo, janeiro 08, 2006

DESTAQUE DA SEMANA

"Fora do país conhecem Eusébio, Cristiano Ronaldo, Figo e Soares. Ninguém conhece Cavaco Silva" - Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente e apoiante de Mário Soares, O Independente

FRASES DA SEMANA



"O Presidente da República não governa. Isso compete ao Governo" - José Sócrates, primeiro-ministro, Correio da Manhã

"Quem elege os presidentes ainda não é a comunicação social" - Mário Soares, candidato a Belém, RTP

"A ideia do Presidente da República fazer sugestões de legislação, como propõe um dos candidatos, é totalmente descabida e abusiva" - Vital Moreira, constitucionalista, professor universitário, Público

"Uma Europa sem União Europeia seria hoje um lugar perigoso" - Timothy Garton Ash, historiador britânico, sobre os eurocépticos, Diário de Notícias