domingo, outubro 30, 2005

DESTAQUE DA SEMANA






















SOARES PASSA AO ATAQUE...


"Quando um candidato diz que não é político profissional o que é que quer dizer com isso?
Não foi político profissional durante os dez anos em que foi primeiro - ministro?
Então porque tem direito à reforma de antigo primeiro - ministro?
A política não é uma vergonha, é uma das actividades mais nobres que há." - Mário Soares, ex-Presidente da República e candidato à Presidência da República, na apresentação da sua Comissão de Honra

sábado, outubro 29, 2005

FRASES DA SEMANA

"Já dei ordem aos três deputados do PSD Madeira na Assembleia da República para votarem contra o Orçamento para 2006"- Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira, Diário de Notícias

"É de esperar que as queixas sejam muitas. Mas não há outro caminho"- Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, sobre o OE para 2006, Jornal de Negócios

"Não preciso do apoio do PS para nada"- Manuel Alegre, candidato à presidência da República, Público

"A ruptura do sistema da Segurança Social está mais próxima do que se dizia. Em 2007, as receitas das contribuições para o sistema passam a ser inferiores às despesas com desemprego, saúde e reformas"- Eduardo Moura, subdirector do Jornal de Negócios

"Soares é mais jovem do que alguns que têm menos dez ou quinze anos do que ele" - Mário Mesquita, Expresso

quarta-feira, outubro 26, 2005

SOARES - O PROGRAMA ELEITORAL

Mário Soares apresentou ontem, no Porto, o seu programa eleitoral, tendo tido o cuidado de se demarcar por um lado contra todos aqueles que por "messianismo revanchista" da direita "reclamam abertamente a subversão do regime constitucional", e por outro do PS ao afirmar que nunca recuperou o cartão do partido que entregou ao conquistar Belém e que não tem militância há dez anos.
O QUE DISSE SOARES...

"Está a surgir à direita, batida nas urnas, um certo messianismo revanchista e vozes, com peso político, que reclamam abertamente a subversão do regime constitucional, utilizando para isso a eleição presidencial."

"O regime, saído da Constituição de Abril, não está esgotado. Longe disso. Não pode, assim, permitir-se que seja subvertido, embora deva ser aperfeiçoado."

"O mercado é uma das condições da liberdade individual."

"Portugal é o Estado da UE com maiores desigualdades - o que me dói muito como português."

"Globalização não pode confundir-se com neoliberalismo."

"O Presidente não tem poderes executivos."

"Os portugueses sabem que, comigo em Belém, podem dormir tranquilos, passe a expressão, quanto ás suas liberdades, direitos, garantias e haveres."

"Se voltar a ser eleito, como espero, serei um factor de estabilidade, de concórdia nacional e de segurança."

"Respeito por igual todos os candidatos e não ponho limitações à imprensa. Se alguém faz discriminações, não é com certeza a minha candidatura."

"Ganhar e perder é próprio da democracia. O meu lema, desde tempos muito recuados, é este: Só é vencido quem desiste de lutar."

DESTAQUE DA SEMANA

" Vinte anos depois de ter chegado ao poder com a aura de 'político não profissional' e 'especialista em finanças', Cavaco Silva regressa invocando a sua categoria de 'político não profissional' e 'especialista em finanças'...

... "Ao candidato só faltou, no Centro Cultural de Belém, vestir a toga branca e virginal com que os candidatos ao senado de Roma se passeavam na rua de modo a ser facilmente identificados. O cavaquismo nunca existiu e o disco rígido nacional, aparentemente, foi destruído por uma qualquer incapacidade de cérebro informático" - Ana Sá Lopes, PÚBLICO

segunda-feira, outubro 24, 2005

A MONTANHA PARIU UM RATO...

Terminou mais um tabu de Cavaco Silva! Após um enorme período de tempo, onde imperou um silêncio ensurdecedor, Cavaco Silva resolveu finalmente, apresentar a sua candidatura à Presidência da República.
Fê-lo depois de uma preparação supostamente cuidada e criteriosamente preparada. Contudo a impressão que fica é que depois de tanto silêncio esperar-se-ia algo mais, com um impacto, que a meu ver, ele e a sua tão esperada comunicação não conseguiu ter.
Efectivamente, Cavaco Silva, apresentou-se impecável no seu aspecto fisíco, mas foi demasiado sério, não conseguindo fazer esquecer aquilo que ele é, um homem frio, calculista, aparentemente desprovido de emoções.
Mas mais importante, foram as quatro razões apresentadas para justificar ter decidido voltar a candidatar-se a Belém, dez anos depois de ter sido derrotado pelo actual chefe de Estado, Jorge Sampaio.
O conhecimento que disse ter da realidade do país, o conhecimento do quadro internacional, a experiência e o conhecimento adquiridas ao longo de dez anos de chefia do Governo e finalmente a vontade e a responsabilidade de fazer tudo para proporcionar aos jovens uma janela de oportunidade, estas as razões que justificam a sua candidatura.
Afinal, o que o move, é o mesmo que faz correr os demais candidatos. Onde está então a diferença?
Bem a diferença está perigosamente naquilo que Cavaco Silva não disse. Qual a leitura que faz dos poderes presidenciais. Esta é afinal uma das principais preocupações que esta candidatura transmite.
É certo que Cavaco afirmou, na sua apresentação de cerca de dez minutos, que respeitará os poderes presidenciais. Mas ficou-se por aí!
E porquê a necessidade de afirmar, voltou a fazê-lo no dia seguinte, que o passado não importa. Porquê? Será que agora tem vergonha do seu passado? Qual deles? Aquele que diz respeito ao facto de estar fora do País no verão quente de 75, ou será que se refere aos dez anos em que chefiou, para o bem e para o mal, o Governo do país?
O passado não se pode apagar da memória dos homens. Ele é e será sempre parte integrante da vida das pessoas. É o passado que nos dá um presente mais ou menos rico, e nos garante no futuro as melhores ou as piores recordações. Para Cavaco Silva parece que o passado só lhe traz más recordações, ao ponto de não querer falar dele.
Assumir o passado para o bem e para o mal é uma virtude, mesmo para um candidato à Presidência da República!
Agora que o silêncio de Cavaco Silva terminou, vamos ver se ele consegue manter as intenções de voto, nas sondagens que por aí devem vir, nos níveis conseguidos antes do anúncio da candidatura. O desgaste começa agora. E para começo a primeira gafe, cometeu-a logo no dia a seguir em plena faculdade onde lecciona ao chamar à Assembleia da República, assembleia nacional. Reminiscências do passado, certamente!
Ah e já agora que se aproxima o natal, não ponham o homem a comer bolo rei, por favor!
Crónica publicada, dia 25 de Outubro de 2005, no jornal "Povo da Beira"

sexta-feira, outubro 21, 2005

FRASES DA SEMANA

" Temos 7% de analfabetos. A média europeia é de 1%. É o maior fracasso do 25 de Abril " António Horta Osório, presidente do Santander Totta, SIC Notícias

"Futebol é uma coisa, política outra. Sempre que Pinto da Costa se mete na política acaba por perder " Marcelo Rebelo de Sousa, comentador, RTP

quinta-feira, outubro 20, 2005

PRESIDENCIAIS

Cavaco Silva acaba de anunciar, em directo nas televisões, a sua candidatura!
O homem que do silêncio fez a sua melhor arma para manter os valores das intenções de voto em alta, nas sondagens até agora vindas a público, começa agora a ter de lutar com as mesmas armas que os outros candidatos e portanto vai começar a ter algum desgaste.
Das quatro razões apresentadas para justificar apresentar-se como candidato presidencial, não me parece haver nenhuma que possa ser considerada inovadora ou diferenciadora do candidato Mário Soares ou mesmo de Manuel Alegre.
Esperava algo diferente!
Depois, bem depois apareceu um Cavaco Silva demasiado sério, abordando demasiadamente a problemática económica e atalhando no final com a garantia de respeitar a Constituição da República, nomeadamente no que diz respeito aos poderes do Presidente, sem nunca, no entanto, definir qual aleitura que faz desses mesmos poderes.
Começou agora o desgaste da sua imagem e ele foi, hoje, já grande. E a dicção, está como diz Carmem Dolores a necessitar urgentemente de mais licções.
Ah, e já agora não ponham o homem a comer bolo rei pela altura do Natal. Por favor!

terça-feira, outubro 18, 2005

DESTAQUE DA SEMANA

"Um orçamento de austeridade corresponde a uma cura de emagrecimento, que custa hoje, mas nos permitirá viver melhor amanhã", António Costa, Diário Económico

segunda-feira, outubro 17, 2005

ORÇAMENTO DE ESTADO 2006

O Orçamento de Estado para 2006, foi hoje entregue na Assembleia da República.
A principal marca deste Orçamento é a redução da despesa, redução essa que incide basicamente sobre a função pública e as prestações sociais.
É tempo de redimensionar o aparelho do Estado de forma a viabilizar as contas do País.
Simultaneamente com o Orçamento foi entregue o Relatório de Sustentabilidade da Segurança Social, que entre outras coisa afirma que o aumento da idade da reforma só se justifica a partir de 2020. Nesse relatório se pode ler também que as contas do sistema de Segurança Social entrará em desequílibrio já em 2007, sendo necessário recorrer ao fundo de reserva, isto se entretanto naõ forem realizadas reformas adicionais.
Outras medidas previstas no Orçamento são o aumento do ISP, o imposto de combustível, o aumento do imposto do tabaco em 15%, criação do novo escalão de IRS de 42% para rendimentos superiores a 60.000 euros, congelamento das progressões automáticas e contenção das promoções, revisão da remuneraçãode trabalho extraordinário dos médicos, substituição parcial dos funcionários que se reformem, limitação do número de professores com horário zero e actualização dos salários públicos em 2,0%.
É tempo de contenção! Poupar e reorganizar hoje, para ter amanhã!

domingo, outubro 16, 2005

FUTEBOL NACIONAL: Porto 0 - Benfica 2


Ao fim de 14 anos o Benfica volta a ganhar no reduto do Porto, agora o Estádio do Dragão.
Acaba também aqui o mito César Brito, último jogador do Benfica a conseguir "arrancar" uma vitória no estádio do Porto.
Está pois relançado o campeonato deste ano, depois de um começo deveras preocupante do Benfica. Koeman parece ter encontrado a solução para fazer render o plantel que tem à sua disposição.
Parabéns também ao Braga e ao Nacional da Madeira pelo belo começo de campeonato, que só vem dignificar o nosso futebol tornando-o mais competitivo, logo mais atraente.

O REFERENDO SOBRE O ABORTO

Segundo algumas especulações jornalísticas, nomeadamente do jornal "EXPRESSO", a apreciação do Tribunal Constitucional ditará a recusa de um referendo sobre o aborto antes dos finais de 2006.
Se efectivamente for essa a decisão do Tribunal, os partidos de esquerda, o Partido Socialista, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda devem unir esforços na Assembleia da República e fazer votar com a consequente aprovação a Lei sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez.
É uma obrigação democrática e uma manifesta prova de solidariedade para com as mulheres portuguesas, alvo de tanta perseguição e insensatez política ao longo dos anos.
É tempo de o poder político deixar a hipocrisia de lado e assumir de uma vez por todas uma medida capaz de devolver à mulher portuguesa a sua plena dignidade.

sábado, outubro 15, 2005

FRASES DA SEMANA


"Eu votarei sempre no candidato da esquerda, mesmo que ele seja o dr. Mário Soares"
Manuel Alegre, candidato à Presidência da República, Lusa

"Este Governo não vai ter uma segunda oportunidade para fazer a redução da despesa. Ou é já neste Orçamento, ou não é"
Medina Carreira, ex-ministro, perito em Finanças, Diário Económico

"Sócrates tem de escolher entre romper a direito ou desistir como Guterres ou fugir como Barroso"
Miguel Sousa Tavares, analista político, Público

"O Ministério Público não tem apoiado o trabalho da polícia"
Maria José Morgado, procuradora ex-responsável da PJ, Correio da Manhã

DESTAQUE DA SEMANA


"Nos dossiês importantes, a Madeira aparece cada vez mais como um local de branqueamento de capitais"
Renaud Van Ruymbeke - juiz de instrução criminal francês, magistrado conhecido internacionalmente no combate à criminalidade económica, Público

sexta-feira, outubro 14, 2005

O ACTO POLÍTICO

O acto político, o que é? Como se define?
O acto político é, antes de mais, tudo aquilo que directa ou indirectamente, activa ou passivamente pode interferir com a nossa vida, bem como com a vida colectiva ou individual dos cidadãos.
Votar é um acto político. Mas abster-se de votar é também um acto político. a diferença está em que, no primeiro caso exercemos um direito e simultaneamente cumprimos um dever de cidadania. Na segunda hipótese renunciamos ao direito democrático de votar e neglicenciamos um dever, que nos retira moralmente o direito futuro de crítica.
Mas o acto político não se fica por aqui. Quando afirmamos que não temos partido político, só estamos a declarar a nossa condição de apartidários, o que é completamente diferente de ser apolítico. Esta afirmação de não partidarismo, é um acto político.
Quando compramos diariamente o jornal, qualquer que ele seja, estamos a ter um acto político.
Quando comentamos, seja em casa, no trabalho, no café ou simplesmente em conversa de rua, este ou aquele acontecimento, esta ou aquela realização cultural, este ou aquele trabalho que foi realizado pela nossa autarquia, estamos a ter actos políticos.
Quando escrevo estas crónicas semanais, estou a praticar um acto político.
Quando o nosso vizinho opta adquirir determinada marca de automóvel em detrimento de outra, está a ter um acto político.
Quando as nossas televisões, em vez de programação cuidada e de qualidade, optam por nos fazer entrar pela casa dentro filmes de baixa qualidade, publicidade em quantidades astronómicas ou "reality shows" de interesse duvidoso, estão manifestamente a ter actos políticos.
Quando os nossos gestores, sejam públicos ou privados, fazem as suas opções estratégicas de gestão, estão a praticar actos políticos.
Quando os nossos juizes, na sua actividade de julgamento imparcial, proferem as respectivas sentenças, estão a ter actos políticos.
Quando um jovem, em vez de escolher a via de um crescimento saudável e equilibrado, opta pela via da experimentação perigosa de estupefacientes, ou por uma vida recheada de perigos e caminhos fora da lei, começa logo aí, a ter um acto político.
Quando os dirigentes desportivos, em vez de opções de gestão nos clubes virada para a prática desportiva, fazem opções com base exclusivamente nos resultados desportivos imediatos, estão a ter actos políticos.
Quando todos nós, vamos às grandes superfícies fazer compras, em detrimento do comércio tradicional, estamos a ter um acto político.
Quando se descrimina, por via da raça, cor, religião ou outra, quem quer que seja, está-se a ter um acto político.
Quando decidimos assumir um compromisso como casar ou conceber um filho, estamos a ter um acto político.
Quando afirmamos o nosso tradicional pessimismo ou pelo contrário lutamos para inverter este clima de depressão que nos assola continuamente, estamos a ter um acto político.
Enfim isto tudo para vos dizer que quando decidiram ler esta crónica, tiveram também um acto político.
Fiquem bem e continuem a praticar os vossos actos políticos, porque viver, é já por si, um acto político.
Esta crónica foi publicada no jornal "Povo da Beira" de Castelo Branco

quinta-feira, outubro 13, 2005

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS


Ultrapassadas que foram as eleições para o poder local, é hora de começar a pensar nas Presidenciais.
Com efeito é tempo de se prefilarem a totalidade dos candidatos. E se alguns já o fizeram, outros há que têm gerido a sua potencial candidatura na base do silêncio.
É o caso de Cavaco Silva. Agora não dá para esperar mais e fala-se que essa apresentação será feita no próximo dia 20 de Outubro. Esperar para ver é o meu lema e portanto depois dessa data voltarei a falar deste assunto, manifestando desde já o meu apoio formal a Mário Soares.

Eleições autárquicas

Os resultados das eleições autárquicas têm a meu ver a possibilidade de variadissímas leituras.
Se por um lado existiu desgaste cusado pelas políticas patrióticas do actual Governo, o que mais pesou na ponderação das pessoas foi o trabalho desenvolvido anteriormente pelos autarcas e a opinião dos eleitores sobre os candidatos.
E aqui a mensagem que deixo é que realmente onde os candidatos eram credíveis, foram eleitos ou reeleitos, onde essa credibilidade era inexistente os candidatos deitaram tudo a perder em detrimento de outros.
As excepções que confirmam a regra foram sem dúvida Felgueiras com Fátima Felgueiras, Gondomar com Valentim Loureiro e Oeiras com Isaltino Morais.
O futuro e a justiça rectificaram os desvios verificados na regra geral!